A Importância dos cuidados pré analíticos nos exames de laboratório

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Analises Clínicas

Estudos realizados nas mais diversas partes do mundo apontam, sistematicamente, que a maior incidência de erros laboratoriais se encontram na fase pré-analítica, isto é, desde a solicitação médica até a entrada da amostra para o seu processamento técnico no laboratório.

Vários grupos de pesquisadores estudam este assunto buscando as fontes destes erros e propondo cuidados especiais para minimizá-los ao máximo com o objetivo de reduzir o impacto nos resultados. Dentre estes fatores formadores de erros os principais são os exercícios físicos, os medicamentos e a alimentação.

Apesar dos notáveis avanços na tecnologia e automação dos laboratórios, os resultados dos testes ainda sofrem a influência destes fatores pré analíticos e que podem causar variação nos resultados.

Estas variações tornam-se significativamente relevantes quando os valores estão situados próximas ou em zonas de decisão clínica.

Sabe-se perfeitamente que alguns parâmetros / analitos não são influenciados pela alimentação. Entretanto no conjunto das solicitações de exames laboratoriais estes testes quase sempre vem mesclados com outros exames em que o jejum é recomendado. Seria um contra-senso sugerir dupla coleta nestes casos.

Em situações de emergência, urgências hospitalares ou ainda quando solicitado pelo médico, estes critérios (ausência de jejum) poderão ser adequados às condições do momento.

É importante sempre, nestas situações e conveniente nas demais, registrar no laudo laboratorial a condição da coleta (coleta em emergência, urgência ou sem jejum por orientação e responsabilidade do médico solicitante).

A comunidade científica internacional permanece recomendando o jejum para a maioria dos exames como medida de segurança até que seja possível, através de trabalhos científicos, garantir a não influência deste fator nos resultados.

A SBAC se posiciona da mesma forma, julgando temerária qualquer mudança nas recomendações do jejum enquanto não existirem comprovações convincentes que indiquem com absoluta certeza a não influência do fator alimentação nos resultados dos exames laboratoriais.

Garantir a qualidade dos exames deve estar acima de qualquer ação no sentido de facilitar a coleta.